SUPERANDO MEDOS: COMO FOI MEU INÍCIO NO TRIATHLON!

Provavelmente você duvide, mas eu não sabia andar de bicicleta até o ano passado – com 31 anos de idade. Sei que essa prática é bastante usual, mas não aprendi quando era criança. Descobri recentemente que meu pai tinha medo que eu caísse e, por isso, me levava para andar de bicicleta na grama. Como era pequena, não tinha força suficiente. Em resumo: não aprendi. Nem eu, nem minha irmã. Pelo visto, a tática de ensinamento paterna não teve muito sucesso na minha família. Gosto de esportes desde pequena e há mais de dez anos me apaixonei pela corrida. Porém, sempre achei surreal a vibe do triathlon. Via a galera trajando aquele “macaquinho” lindo, esperando a largada das provas na areia, com o sol brilhando e refletindo na touca de natação, numa ansiedade surreal. Sempre pensava comigo mesma que meu sonho era fazer triathlon e uma prova do Ironman, mas coloquei na cabeça não ter tempo disponível para aprender a andar de bicicleta.

Ouça o episódio do meu podcast em quem conto para você como superei esse medo:

Na metade do ano passado, surgiu o convite da emissora Band-PR para encabeçar um projeto especial da TV e me preparar para uma prova de triathlon em dois meses. Aparentemente, eu e muita gente achou uma loucura! Mas, como gosto mesmo é de loucura, topei o desafio!

No dia 08 de outubro, fui com meu novo treinador Ramon Ferreira, da RF Triathlon, no Parque Barigui – o parque que mais gosto de correr em Curitiba – e subi numa bike speed (com aqueles pneus mais finos, sabe?!) emprestada da esposa dele. Morri de medo, quase chorei, ele segurou no meu selim e fui. Em paralelo, comecei as aulas de natação às terças e quintas-feiras às 5h da manhã. Criar o hábito de acordar às 4h, ou seja, literalmente madrugar, para nadar não foi nada fácil, mas depois me apaixonei por essa rotina doida!

A primeira vez que andei de bicicleta na vida tive a ajuda do meu treinador Ramon Ferreira, da RF Triathlon, no Parque Barigui

Quando peguei a minha bike, com o selim mais alto e pedal para encaixar a sapatilha (andar “clipada”), quase tive um infarto. Na verdade, não consegui andar, comecei a chorar e tive que dar um passo para trás. 

Troquei por uma bicicleta mais simples, com o pneu um pouco mais grosso e pedais “normais”, para andar de tênis mesmo. Optei por mais segurança e conforto do que performance, até porque tudo era muito novo para mim e a ideia do programa não era mostrar uma atleta de ponta no triathlon – o que um dia serei, porque tenho fé e disciplina hahaha -, e sim que o esporte pode ser muito mais acessível do que as pessoas imaginam.

O meu foco durante os dois meses de preparação foi surreal. Não faltei nenhuma aula de natação, dei o melhor que pude nos treinos de bike, participei ativamente na produção de todo o programa na TV, sem contar meu expediente de trabalho como assessora jurídica no Ministério Público do Paraná(MPPR) e meus outros projetos relacionados ao Instagram. Foi uma correria maluca, mas tudo deu certo e me descobri num novo esporte.

No dia 08 de dezembro, exatos dois meses após o início dos treinos, participei da minha primeira prova de triathlon e a paixão despertou com mais força. Tudo aquilo que idealizava surgiu na minha frente. Só que naquela hora era eu a protagonista da história. Era eu trajando um “macaquinho”. Era em mim que o sol refletia e brilhava. Medo da bicicleta?! Em cada metro que percorri. Mas a sensação de superação e conquista foi indescritível.

Era em mim que o sol refletia e brilhava. Sensação de superação e conquista foi indescritível.

Se você quiser acompanhar os episódios da minha preparação para o Desafio Triathlon Evoe na Band, aqui está!

A segunda prova

Logo depois da minha primeira experiência, continuei com os treinos. Em fevereiro, participei de uma nova prova no litoral do Paraná, mas, dessa vez, criei coragem de colocar a sapatilha e “clipar” na bike. Por mais que o mar estivesse super revolto no dia, o que eu realmente continuava temendo era a parte do pedal. A cada curva, a cada volta que fazia, mais meu coração palpitava. Juro que quase derrubei uns cones que demarcavam a pista hahaha. Acreditem ou não, concluí a prova bem e consegui levar até um troféu para casa.

Derrubei alguns cones da prova, mas superei o medo e ainda levei um troféu para casa em uma prova no Litoral do Paraná. Vocês acreditam?

Fato é que, a partir de março, com a pandemia e distanciamento social, minhas voltas de bike ficaram prejudicadas. Além desse fato, em julho tive que me submeter a uma operação cirúrgica de emergência de apendicite e fui obrigada a permanecer de repouso de toda e qualquer atividade esportiva. Durante esse período de pausa compulsória, pude refletir bastante sobre vários aspectos da minha vida e, um deles, certamente, foi como lidar com situações que podem gerar desconfortos.

A verdade é que, no meu caso, nunca foi falta de tempo de começar um esporte novo que tanto queria. O que me impedia era o medo da bike e do “desconhecido”. E ele continua existindo, por sinal, assim como vários outros. Todos nós temos os nossos medos. A diferença não está entre sentir ou não medo, mas em COMO REAGIMOS diante dele. E sempre teremos duas opções: deixar que ele nos paralise e nos afaste dos nossos sonhos ou usá-lo como motivação e impulso para nos mostrar que a força dentro de nós é muito maior.

A linha entre essas duas escolhas é tênue. A satisfação gerada a partir dela é incomparável.

Se tivesse insistido no meu medo por pedalar, não teria descoberto todo o lado incrível que o triathlon me proporcionou. Inclusive, hoje em dia, por mais que seja corredora há muitos anos, uma das coisas que mais gosto de fazer é nadar no mar. E sequer teria descoberto isso se não me deixasse mover por um novo desafio e tivesse encarado, de frente, um obstáculo.

Acredite, nós sempre podemos mais!

E aí, qual foi seu maior desafio até hoje?!

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